11/04/2024 às 17:11

SENTIR: A História de um fotógrafo de pessoas.

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3min de leitura

Hoje em dia no ramo da fotografia existem profissionais que trabalham com os mais diversos eventos, como casamentos, formaturas, aniversários, newborn.

Entretanto, encontramos aqueles que não se consideram fotógrafo de evento, e sim “fotógrafo de pessoas”. Talvez vocês já devem ter ouvido essa expressão antes, mas o que ela realmente significa? É exatamente sobre isso que quero falar com vocês hoje, o significado que essa expressão tem na minha vida. 

Vocês já repararam quantas vezes nos pegamos pensando em como a vida se repete e os dias parecem iguais? Como são repetitivas as nossas tarefas e compromissos do dia a dia? Como a rotina de uma vida urbana e agitada faz com que a gente perca de vista o que realmente importa? 

No seu livro “Por que fazemos o que fazemos?”, Mário Sérgio Cortella lança a seguinte questão: “Faço o que faço porque isso me dá satisfação e orgulho? Ou faço o que faço porque tenho de fazer e, se não fizer, pereço?”.

O que está em jogo aqui é se somente sobrevivemos a essa vida ou nos permitirmos dar algum sentido as nossas escolhas profissionais e pessoais, fazer da vida nossa própria obra, com nosso olhar e nossas cores preferidas, ou se continuamos a pintar um quadro que nos dão pronto com duas ou três opções de cores. 

Parei, pensei e pensei novamente, acabei por falar em voz alta na minha cabeça: “Não, eu não quero isso pra mim, eu preciso encontrar algo que me motive, algo que de razão ao porque estou aqui, que me faça sentir vivo”.

Era mais simples do que imaginava, estava muito perto, mas ao mesmo tempo difícil de enxergar. Na verdade eu já vinha ”trabalhando” há algum tempo durante os 5 anos em que cursei psicologia, mas dentro da fotografia o que realmente faltava era olhar para as pessoas! Isto mesmo, mais simples do que imaginava! Você já parou pra pensar se valoriza o contato com as pessoas que se relaciona? Se para e escuta o que as mesmas tem para lhe falar?

Nossa passagem pela vida é repleta de experiências que vão nos moldando no decorrer dos anos e isso é impossível controlar. 

Experiências são reflexos das vivências com as pessoas, esquecemos o quanto é importante conVIVER e principalmente, esquecemos o que é SENTIR

Foi a partir daí que comecei a mudar, comecei a olhar os eventos com outros olhos. A decoração, a banda, a comida eram semelhantes, pois seguiam o mesmo ritual. Mas havia algo que sempre tornava o evento único e, sim, eram as pessoas. Passei a observar as pessoas por quem realmente elas são, seus gestos, seus gostos, sua peculiaridades, suas histórias e apostar nas experiências que poderíamos partilhar.

O trabalho deixou de ser trabalho, a rotina de fotografar passou a ter outro gosto, hoje portanto, por uma questão de mercado falo que sou fotógrafo de casamento e formatura, mas sei que sou muito além disso. Meu tesão é despertar através da fotografia sentimentos verdadeiros, de pura empatia, de pura conexão.

Assim, a mensagem que quero deixar é que nunca esqueçam as pessoas que estão ao seu redor, serão elas que te farão uma pessoa melhor, é através delas que acontecerá a sua evolução, tanto pessoal quanto profissional. E quando tudo estiver perdido, procure dentro de si a verdadeira mensagem que você quer transmitir ao mundo e jamais esqueça que essa mensagem só terá valor se tiver alguém para escutá-la.

Fontes:

“Conexão”: do Latim CONNECTARE, “atar junto”, “atar um ao outro”, formado por CON, “junto”, mais NECTERE, “ligar, atar”.

Do Grego EMPATHEIA, “paixão, estado de emoção”, formado por EN-, “em”, mais PATHOS, “emoção, sentimento”. A ideia é estar “dentro” do sentimento alheio.

Fonte: origemdapalavra.com.br

CORTELLA, Mario Sérgio. Porque Fazemos o que Fazemos?. São Paulo: Planeta do Brasil, 2016.

11 Abr 2024

SENTIR: A História de um fotógrafo de pessoas.

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